Autograph, banda americana da cidade de Pasadena, na California, mesma cidade do Van Halen, ficou marcada pelo hit “Turn up the Radio”, porém, a banda tem uma seleção de músicas impactante em sua carreira. O grupo surgido no início dos anos 80, formada então por Steve Plunkett (vocal e guitarra), Steve Lynch (guitarra), Randy Rand (baixo), Steven Isham (teclado) e Keni Richards (bateria), partiu para gravação de seu terceiro trabalho sucessor de That’s the Stuff (1985), passando por uma boa fase em termos de entrosamento, mesclando seu hard rock com o AOR, características marcantes na carreira da banda.
Para a gravação
de Loud and Clear, a gravadora RCA deu sinal verde para que a banda contasse
com o experiente produtor Andy Johns (Led Zeppelin, The Rolling Stones, MSG e
outros). A banda contou ainda com uma grande promoção, com páginas inteiras de
anúncios em revistas, além de um vídeo clip para a faixa título, contando com
participação de Ozzy Osbourne e Vince Neil (Mötley Crüe).
E é exatamente
a Loud and Clear que abre a bolachinha, um hard carregados, riffs
certeiros e um forte apelo para rádio, um refrão para sair cantando. Na
sequência vem a ótima Dance all Night, outra que poderia tocar nas
rádios, lembrando um pouco os conterrâneos do Van Halen. She Never Looked
That Good for Me assim como a anterior
também traz um pé no AOR com um forte apelo comercial, essa tem uma levada
dançante e ótimas melodias.
Bad Boy um
hardão enérgico, com destaque para o solo do Steve Lynch, que se mostra ao
longo de todo o trabalho um ótimo guitarrista. Everytime I Dream é uma típica
balada hard, porém essa é agradável de se ouvir. She’s a Tease um hard
rock vibrante bem ao estilo anos 80, uma das melhores do trabalho. Just Got
Back from Heaven conta com ótimas melodias, o carro chefe são os teclados do
saudoso Steven Isham.
Down ‘n
Dirty começa com uma batida de bateria que vem no peito, acompanhada pela
guitarra e o teclado. Uma faixa intensa que deve soar bem em shows em estádios
e arenas. When the Sun Goes Down um hard/ aor com mais um refrão grudento
e o ótimo solo de Lynch. Fechando o disco temos a More than a Million Times,
ótimo fechamento, onde temos novamente o teclado em destaque, mais uma vez
vemos um direcionamento para as rádios com uma canção carregada de melodias,
refrão grudento e um incrível solo de guitarra.
Enfim, fica a
pergunta porque uma banda como Autograph, com ótimas músicas com um
direcionamento para as rádios, cheias de melodias não foi maior. Vale a pena
revisitar e redescobrir o trabalho da banda, que com certeza lhe proporcionará
ótimos momentos de audição. E para quem não conhece a banda vai atrás sem medo,
principalmente fãs de Hard Rock e AOR.
Vale destacar
que após a turnê de divulgação a gravadora rompeu com a banda em 1989, pouco
depois a banda se separou, encerrando assim sua primeira fase com três ótimos
discos. A banda retornou suas atividades por duas vezes, sendo a primeira em 2002,
a segunda em 2013, trazendo o brasileiro Simon Daniels como vocalista de
guitarrista.
Nota 9,0