quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Resenha: Autograph - Loud and Clear

             Autograph, banda americana da cidade de Pasadena, na California, mesma cidade do Van Halen, ficou marcada pelo hit “Turn up the Radio”, porém, a banda tem uma seleção de músicas impactante em sua carreira. O grupo surgido no início dos anos 80, formada então por Steve Plunkett (vocal e guitarra), Steve Lynch (guitarra), Randy Rand (baixo), Steven Isham (teclado) e Keni Richards (bateria), partiu para gravação de seu terceiro trabalho sucessor de That’s the Stuff (1985), passando por uma boa fase em termos de entrosamento, mesclando seu hard rock com o AOR, características marcantes na carreira da banda.


Para a gravação de Loud and Clear, a gravadora RCA deu sinal verde para que a banda contasse com o experiente produtor Andy Johns (Led Zeppelin, The Rolling Stones, MSG e outros). A banda contou ainda com uma grande promoção, com páginas inteiras de anúncios em revistas, além de um vídeo clip para a faixa título, contando com participação de Ozzy Osbourne e Vince Neil (Mötley Crüe).

E é exatamente a Loud and Clear que abre a bolachinha, um hard carregados, riffs certeiros e um forte apelo para rádio, um refrão para sair cantando. Na sequência vem a ótima Dance all Night, outra que poderia tocar nas rádios, lembrando um pouco os conterrâneos do Van Halen. She Never Looked That Good  for Me assim como a anterior também traz um pé no AOR com um forte apelo comercial, essa tem uma levada dançante e ótimas melodias.

Bad Boy um hardão enérgico, com destaque para o solo do Steve Lynch, que se mostra ao longo de todo o trabalho um ótimo guitarrista. Everytime I Dream é uma típica balada hard, porém essa é agradável de se ouvir. She’s a Tease um hard rock vibrante bem ao estilo anos 80, uma das melhores do trabalho. Just Got Back from Heaven conta com ótimas melodias, o carro chefe são os teclados do saudoso Steven Isham.

Down ‘n Dirty começa com uma batida de bateria que vem no peito, acompanhada pela guitarra e o teclado. Uma faixa intensa que deve soar bem em shows em estádios e arenas. When the Sun Goes Down um hard/ aor com mais um refrão grudento e o ótimo solo de Lynch. Fechando o disco temos a More than a Million Times, ótimo fechamento, onde temos novamente o teclado em destaque, mais uma vez vemos um direcionamento para as rádios com uma canção carregada de melodias, refrão grudento e um incrível solo de guitarra.

Enfim, fica a pergunta porque uma banda como Autograph, com ótimas músicas com um direcionamento para as rádios, cheias de melodias não foi maior. Vale a pena revisitar e redescobrir o trabalho da banda, que com certeza lhe proporcionará ótimos momentos de audição. E para quem não conhece a banda vai atrás sem medo, principalmente fãs de Hard Rock e AOR.

Vale destacar que após a turnê de divulgação a gravadora rompeu com a banda em 1989, pouco depois a banda se separou, encerrando assim sua primeira fase com três ótimos discos. A banda retornou suas atividades por duas vezes, sendo a primeira em 2002, a segunda em 2013, trazendo o brasileiro Simon Daniels como vocalista de guitarrista.

Nota 9,0




quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Resenha: The Troops of Doom - The Rise of Heresy

             Um dos lançamentos mais surpreendentes de 2020 foi sem dúvidas a nova banda do guitarrista Jairo Guedz, o The Troops of Doom. Nome de um dos maiores hinos da história do Sepultura, lançado originalmente no álbum de estreia da banda mineira Morbid Visions de 1986, o único a contar com Jairo na guitarra.


Jairo “Tormentor” Guedz (guitarra), aqui é acompanhado de músicos talentosos e experientes da cena metálica nacional. O vocalista e baixista Alex Kafer (Explicit Hate, Mysterris, ex- Impacto Profano, Coldblood, Necromancer e outros), o guitarrista Marcelo Vasco (Mysteriis, Patria ex- Necromancer e outros) e o baterista Alexandre Oliveira (The Southern Blacklist), aproveitaram muito bem o período de isolamento social e entraram entre março e julho no The Colony Studio para saírem de lá com esse excelente cartão de visita intitulado The Rise of Heresy, trata-se de um ep com 6 faixas, sendo 4 composições inéditas e duas versões de músicas do Sepultura, gravadas na época do Jairo.

O disco traz um excelente death/ thrash metal old school, muito bem produzido, com algumas passagens beirando o black metal. Abrindo os trabalhos temos a excelente Whispering Dead Words com uma bela introdução orquestral de Dave Deville, como um prenuncio da pancadaria, vale destacar as viradas de bateria, os vocais de Alex que em certos momentos lembram o Max, a música finaliza com belos dedilhados de violão.

Na sequência vem os dois singles divulgados pela banda por meio de vídeos no youtube. Between the Devil and The Deep Blue Sea, uma porrada death bem direta, som rápido, com riffs poderosos e alternâncias de andamento, destaque novamente para a bateria de Alexandre bem veloz. The Confessional, também divulgada com vídeo, tem um andamento mais cadenciado, um death/ thrash metal visceral, destaque para os vocais cavernosos de Alex Kafer.

A faixa título The Rise of Heresy é mais direta, agressiva e cadenciada, com um belo solo de guitarra, com referencias a Sepultura, a melhor do trabalho. Fechando o trabalho temos dois clássicos do Sepultura, Bestial Devastation presente no homônimo ep de 1985, aqui ganhou uma repaginada, mas que se manteve fiel a original. Troops of Doom um hino do Sepultura, executado até hoje ao vivo tanto pela banda, quanto pelo Cavalera Conspiracy dos irmãos Cavalera. Aqui também apresenta uma nova roupagem, mas que se manteve fiel a original do Sepultura, uma das faixas mais brutais do metal brasileiro.

Vale ressaltar aqui a masterização de responsabilidade de Øystein Garnes Burn (Borknagar) no estúdio Corosound Studio na Noruega, trazendo a veia dos anos 80, ao mesmo tempo uma sonoridade atualizada. Excelente começo e que venha logo um full lenght da banda.

Nota 10


Smith/ Kotzen divulgam vídeo de segunda música do trabalho da dupla

 Os guitarristas Adrian Smith (Iron Maiden) e Richie Kotzen (The Winery Dogs) vem trabalhando em úm álbum em conjunto. Após a divulgação de primeiro vídeo para a música Talking my Chances, no final do mês de janeiro. A dupla lançou nessa quarta-feira, 24 de fevereiro um vídeo para a segunda música intitulada Scars, com os dois guitarristas dividindo os vocais a música é um blues/ rock com muito feeling e melodia, além de belos solos e fraseados de guitarras.


O lançamento do disco está previsto para o próximo mês, dia 26 de março, tem a produção da dupla e mixagem do produtor Kevin Shirley.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

André Matos - O Maestro do Heavy Metal

         Minha primeira resenha no blog sobre um livro/ biografia e será logo de um dos artistas que mais admirei e admiro, Andre Matos. Tive contato com a obra de Andre, ainda na minha adolescência, quando o músico junto com seus parceiros que haviam deixado o Angra, dava inicio a sua nova banda, Shaman. Desde então passei a acompanhar a carreira do músico, fui atrás de suas obras do passado, e obviamente acompanhei os lançamentos futuros.


A morte repentina do cantor comoveu não apenas a cena metal nacional, mas também no mundo inteiro, diversas pessoas do meio comentaram sua morte, bandas e artistas ao redor do mundo também prestaram homenagens ao maestro. Mas sem dúvidas a mais aguardada junto ao documentário que esta sendo produzido e previsto para ser lançado esse ano, na data que Andre completaria 50 anos, a biografia Andre Matos – Maestro do Heavy Metal escrita por Eliel Vieira e Luis Aizcorbe.

A biografia é riquíssima em informação sobre o cantor, fatos até então desconhecidos pelos fãs, são narrados aqui em cada detalhe pela mãe de Andre, Sonia, seu irmão Daniel e o primo Eco Moliterno ao longo de entrevista. Toda a infância do músico, os locais onde passava férias com a família, a relação com o avô materno Ary, seu interesse em escrever histórias, a descoberta da música (pelo piano), a adolescência, o encontro com os amigos do Viper.

A biografia também é riquíssima com relação a carreira do cantor, desde o início com o Viper, até a reunião do Shaman em 2018. Conta como funcionava o processo de criação em cada banda, os processos de separação, sempre trazendo a visão de Andre, por meio de entrevistas concedidas na época, como a visão dos demais músicos envolvidos em cada dissolução. Há que se destacar o trabalho de pesquisa dos autores para termos a visão do Andre em toda a sua carreira, já que muito desses materiais acabaram se perdendo com os avanços tecnológicos, principalmente do início dos anos 2000, já que muitos sites, blogs perderam seu domínio. Entrevistas de época também com os demais companheiros de banda de Andre, seja os músicos do Viper, do Angra e do Shaman, sempre mostrando a visão dos dois lados.

Outro ponto a se destacar é a riqueza das fotos, bem como a forma como elas foram postas na biografia, ilustrando o exato momento em que está sendo narrado. Bem como os QR codes, levando o leitor a vídeos relacionados aos momentos narrados, bem como aos álbuns gravados pelo Andre em plataformas de streaming.

A biografia traz também relatos da irmã mais nova de Andre, Helena, bem como de seu filho Adrian, com a sueca Sara. A família narra a relação do músico com o filho e de como aflorou o lado paterno de Andre, que tinha planos de morar e estudar na Suécia para ficar próximo do filho. Enfim, tudo que o fã precisar saber do Andre, enquanto artista e pessoa encontram-se nessa biografia, foi sem dúvidas um ótimo trabalho dos autores.

Não posso deixar de citar também a qualidade gráfica do livro de responsabilidade da editora Estética Torta. Um livro em capa dura com uma foto de Andre, tirada durante um show na Argentina em uma passagem da reunião do Viper pelo país. Com uma capa protetora de acetato por cima, onde encontra-se o título e demais informações da biografia, a resolução das fotos também estão muito boas e nítidas. A única coisa a ser revista em edições futuras é alguns erros de grafia, bem como de nota de roda pé, no mais o livro está perfeito, indicado não só para os fãs do Andre, mas também fãs do heavy metal.

Vale ressaltar o prefácio escrito pelo músico e amigo do cantor Tobias Sammet. Além da negativa em participar da biografia por parte do ex - empresário Angra, Antônio Pirani, segundo os autores, procuraram o empresário e o mesmo não quis participar concedendo entrevista.

Agora só nos resta aguardar o lançamento do documentário, que certamente também estará a altura da grandeza do artista que era o Andre.

Nota 10




sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Resenha: Unisonic - Unisonic

Devido a turnê de Michael Kiske com o Avantasia, o cantor se aproximou mais de seu antigo companheiro de banda Kai Hansen e despertou também sua vontade de voltar a tocar heavy metal. Foi então que os dois músicos se uniram e idealizaram o projeto Unisonic, foram incumbidos de completar o time o guitarrista Mandy Meyer (ex Gotthard), o baixista e produtor Dennis Ward e o baterista Kosta Zafirou, ambos na época do Pink Cream 69 (hoje o baterista não faz mais parte do PC69).


Após o Ep Ignition de apresentação da banda, lançado em 2012, a banda lançou no mesmo ano seu debut intitulado simplesmente Unisonic. Trazendo uma mistura de hard rock com heavy metal e claro muita melodia como só o mestre Hansen sabe oferecer.

A abertura com a bombástica Unisonic, é bem speed, com riff a la Judas Priest e muito de power metal, excelente cartão de visita da banda, com melodias que grudam. Souls Alive vem mais lenta, porém mantem a pegada heavy metal, com muita melodia e o Kiske cantando de forma estupenda. A seguinte Never too Late vem uma pegada mais hard rock totalmente para cima. I’ve Tried é outra que empolga, com um andamento crescente, com um baixo cheio de groove.

Star Rider apresenta um hard com uma levada mais pop rock e um excelente instrumental, com uma interpretação impecável de Kiske. Never Change Me é uma hard mais AOR, excelente para as fm’s da vida. Renegade é outra hard carregada de melodia e um belo solo de guitarra. My Sanctuary um hard/ heavy com uma passagem de coro, melodia e refrão que grudam, uma das melhores do trabalho ao lado da faixa título. King For a Day é mais uma que mostra a faceta AOR dos músicos, com coro no refrão e palhetada, faixa muito agradável de ouvir.

Fechando o disco temos We Rise com excelente mistura entre os riffs hard rock e as palhetas cavalgadas do heavy metal, um hard bem alegre. E temos também a balada No One Ever Sees Me que apesar de piegas, traz um tema pertinente sobre os problemas que a mulheres enfrentam para serem respeitadas.

Nesse primeiro trabalho do Unisonic temos uma banda que não vive do passado de seus músicos, com uma identidade própria. Passam longe do que fizeram em Keeper of the Seven Keys Pt. 1 & 2. Os demais músicos também não ficam atrás e contribuem bastante para essa identidade própria. Outro destaque fica para a produção a cargo do experiente Dennis Ward. A banda ainda lançou outro disco em 2014 e em 2017 entrou em uma pausa devido a tão aguardada reunião do Helloween. Nos resta curtir esse dois trabalhos primorosos da banda que conta também com um ao vivo gravado durante o Wacken 2016 e lançado no ano seguinte.

Nota 8,5

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Resenha: Shadowside - Shades of Humanity

                 Shades of Humanity, quarto disco da banda paulista Shadowside lançado em 2017, é sem dúvidas o trabalho mais maduro do quarteto. Formado atualmente por Dani Nolden (voz), Raphael Mattos (guitarra), Fábio Buitvidas (bateria) e o experiente Magnus Rosén (baixo, ex- Hammerfall).

                O disco foi gravado na Suécia pelos renomados Fredrik Nordström e Henrik Udd, traz uma sonoridade limpa, o que garante que os instrumentais e voz estejam bem equilibrados. Claro que o talento dos músicos contribuiu bastante também para esse trabalho mais diferente e ambicioso na carreira da banda, com músicas que atingiram um outro nível de maturidade, mais peso e muita energia.

                O trabalho já abre de cara com a intensa The Fall, enquanto a seguinte Beast inside vem carregada de peso, mostrando a cara nova da banda, indo ao encontro com seu passado. Destaque para o guitarrista Raphael Mattos seja com os seus riffs, seja com seus solos, sempre preciso com a técnica e a energia. A terceira What If mantém a modernidade no som da banda, com mais grooves, assim como a sua antecessora.

                Make my Fate é um dos destaques do álbum, com bateria acelerada, com um belo solo de guitarra. A agressiva Insidious Me é outro destaque com a Dani explorando novos caminhos com a sua voz. The Crossing uma das melhores faixas da banda, nos remete ao Dare to Dream, mais uma vez Raphael Mattos nos surpreende com um solo estupendo. Stream of Shame é mais uma que mostra a nova forma da Shadowside indo ao encontro com seu passado, maravilhosa essa faixa. Parade the Sacrifice mantém a pegada mais agressiva da banda.

                Outra faixa que nos leva de volta a momentos do Dare to Dream é a Drifter, um heavy metal clássico. Fechando o trabalho temos a Unreality, faixa composta por Magnus em parceria com o renomado guitarrista Andy LaRoque (King Diamond) e que casou bem com a proposta da banda. Temos também Alive que encerra o trabalho aliando peso com melodia e melancolia, um belo encerramento, mais um trabalho que já pode ser considerado clássico da banda.

                Vale mencionar que o disco foi lançado no mercado nacional via Furia Music, no ano de 2017. Ponto para a Shadowside por mais esse petardo.

Nota 9,0

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Eterna - Banda divulga músicas de uma demo do ano de 2008 por meio do canal no youtube de Leandro Caçoilo

             A banda de heavy metal cristã Eterna, vem divulgando por meio do canal de seu ex vocalista Leandro Caçoilo, uma série de vídeos de demos das músicas que fariam parte do quinto álbum de estúdio da banda, a ser lançado no ano de 2008.

                O álbum seria um trabalho conceitual, baseado na paixão de cristo. Porém devido a problemas internos de formação e a dissolução daquela formação, o trabalho acabou guardado pelo guitarrista Paulo Frade. Agora o trabalho vem a público por meio do então vocalista Leandro Caçoilo, que já divulgou 3 músicas em seu canal no youtube.

Devido as diversas mudanças de formação que ocorreram nessa época, a banda acabou mudando seu direcionamento e lançando em 2014 o Spiritus Dei, seu último trabalho, com uma proposta diferente. Das músicas dessa demo de 2008, apenas “Só Quero Você” outro no trabalho.

A formação que gravaria esse trabalho que acabou engavetado seriam: Leandro Caçoilo na voz, Paulo Frade na guitarra, José Cardillo no teclado, Bruno Ladislau no baixo e Rafael Rosa na bateria.


Confira demais músicas no Canal do Leandro Caçoilo