Apesar da primeira intenção, quando da fundação da banda, de fazer música pelo simples prazer de fazê-la, tocando para amigos em pequenas confraternizações, todo o músico ambiciona o sucesso e o reconhecimento de seu trabalho. Bandalheia, em seus sete anos de atividade, conseguiu criar um nome no cenário underground quase inexistente no início da década de noventa. Em certos momentos, conseguiu ser pop e obteve uma consagração regional que inúmeras bandas tencionavam, mas só quem faz rock and roll sabe explicar o quanto é difícil. Enfim, no ano de 1993, a trajetória da Bandalheia conheceu seu final.
Contar a história do Bandalheia é contar a história do rock em Urussanga, após meados da década de 80. O Rock and Rio de 1985 foi um marco para a maioria dos roqueiros brasileiros, contemporâneos ao evento. Esse fato, aliado ao desejo ardente de possuir novamente uma "banda de garagem", como nos tempos da juventude, motivou Gera Fornasa a voltar para suas guitarras, junto aos criciumenses Dite (bateria) e Walter (contrabaixo), para montarem o Bandalheia, em 1987.
Desde o início, o foco era as composições próprias. Portanto, em pouco tempo o primeiro LP já era gravado, sob o nome Otário, em 1988. Trouxe composições marcantes, como: "Abraçado num garrafão" e "Longe da Moto". Com "Abraçado num garrafão" desde o início virando hino da Festa do Vinho de Urussanga e a maioria das composições agradando quem comparecia aos shows, surgiu a necessidade de uma outra guitarra, para compor e "pesar" mais o som da banda. Então, Don Beto entra para a história da Bandalheia.
Os uruguaios Don Beto e Tato assumem a guitarra solo e o contrabaixo nesta segunda formação do Bandalheia, que mantém Gera Fornasa e Dite na guitarra base e bateria, respectivamente. Por influência de Don Beto, Bandalheia toma um rumo voltado ao jazz/country rock, assinando riff's ainda hoje inesquecíveis às composições clássicas da banda. Época também que Bandalheia tocou seus dois únicos covers, "Evil Ways" e "Oye Como Va", ambos de Carlos Santana. Apesar de agora a banda ter alçado um patamar superior de sonoridade e alcance de suas composições, realizando inúmeros shows em Florianópolis e Porto Alegre, além de participarem do hoje extinto, Programa do Bolinha, à época exibido em cadeia nacional, ninguém perdera a foco: músico que é músico, sempre é músico, tocando em qualquer lugar e para qualquer público.
Em 1990, Bandalheia tem sua terceira formação, desta vez com Gera Fornasa na guitarra base, Marcinho na guitarra solo, Morteu no contrabaixo e Adal na bateria. Influenciada pelas linhas pesadas de Marcinho, Bandalheia torna-se mais hard rock, com seu novo guitarrista solo dando uma roupagem mais distorcida aos riff's criados por Don Beto. O segundo LP, gravado em 1991, sob o título de Correndo Perigo, trouxe canções como "Aspirações", "Sob Pressão" e "Garrafão II". Nessa terceira formação, com a produção de Paulo Fedrizzi, as apresentações nacionais do Bandalheia continuaram: como o memorável show no Circo Voador do Rio de Janeiro e a participação no concurso Escalada do Rock, com chegada à semifinal, onde os finalistas restavam credenciados a tocar no Rock in Rio.
A partir da terceira formação, a distância tornou-se a maior inimiga da Bandalheia. Como se não bastasse a banda desde sempre estar distante do eixo Rio - São Paulo, agora os músicos moravam muito longe uns dos outros (Urussanga/Porto Alegre), o que dificultava a reunião dos mesmos e seu entrosamento nos shows. Após a morte prematura de Marcinho, uma quarta formação foi necessária ao Bandalheia. Com Mrs. Dog na harmônica, Dadinho nos solos e Pinote na bateria, Bandalheia sustentava seu nome novamente em shows regionais, com a formação mais rock and roll clássico dentre as apresentadas, proporcionada pela harmônica de Mrs. Dog e os riff's de rhythm and blues da guitarra de Dadinho. Em 2002, com mais maturidade, experiência e ecletismo musical, Bandalheia volta com nova formação, mas desta vez com o foco nos covers. Gera Fornasa (guitarra e voz), Zé Borça (guitarra e voz), Marcos Birolo (contrabaixo) e Bicudo (bateria e voz), ouviram desde a primeira apresentação, apenas para amigos, pedidos insistentes: "Toca Garrafão!", "Larga um Johnny Guitar!", "Toca Longe da Moto!", entre outras canções da Bandalheia. Com a saída de Zé Borça e a continuidade da banda, agora no formato "power trio", aos poucos algumas melodias da Bandalheia eram tocadas em shows pela cidade de Urussanga e municípios vizinhos, com participações especiais do guitarrista Ângelo de Criciúma. Tal qual no início, em 1987, houve a necessidade de um guitarrista solo, que pesasse e enriquecesse a sonoridade da Bandalheia.
Então, Duda Trombim, guitarrista solo que cresceu ouvindo as composições da Bandalheia, vem selar a sétima formação da banda. Ampliados, e muito, os horizontes musicais da Bandalheia, através do profundo conhecimento musical de Duda Trombim, uma verdadeira revolução na sonoridade da banda foi promovida. Fato que aliado à diversidade musical de Bicudo e às linhas pragmáticas de rock clássico de Gera Fornasa e Marcos Birolo, que influenciam um ao outro desde a década de 70, criam um balanço nunca antes alcançado pela banda em suas músicas e novas composições.
Portanto, 2005 é o ano da mais completa formação da Bandalheia: Gera Fornasa (guitarra base e vocal), Duda Trombim (guitarra solo), Marcos Birolo (contrabaixo) e Bicudo (bateria e vocal). Bandalheia hoje é o somatório de uma história: que alia rock clássico, diversidade musical e conhecimento refinado de música, compondo seu estilo. Qual o rumo; qual o termo que identifique a sonoridade do Bandalheia após esta formação? Os integrantes fazem uma declaração despretensiosa: "Ela está apenas indo".
A sétima formação da Bandalheia permanece firme até os dia atuais!
Membros da banda
Gera Fornasa (Vocal, Guitarra e Violões)
Duda Trombim(Guitarra, Violões, Lap Steel e Bandolin)
Marcos Birolo(Baixo)
Bicudo- (Bateria e Vocais).
Local Urussanga - Santa Catarina
Fonte Site Oficial
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