Formada em 2011 pelo músico e vocalista Eduardo Parras, a banda lançou no ano passado o álbum “Viking Soul”, que demonstrava claramente a preocupação dele em exibir um som apurado. Guitarras, baixo e bateria seguiam a mais fina cartilha do metal, mas teclados e outras sonoridades nem sempre associados ao gênero confiavam ao disco uma singularidade cativante.
Essa busca de refinamento sonoro levou este ano a banda a um dos mais importantes estúdios de gravação da Europa, o Jailhouse Studios, na cidade dinamarquesa de Horsens. Quem o comanda é Tommy Hansen. A simples menção desse nome pode deixar arrepiados os fãs do Helloween. Foi Hansen que produziu os principais discos da banda alemã, inclusive os dois volumes de “Keeper of the Seven Keys” (1987-88), verdadeiro tratado do power metal.
A Armored Dawn quis regravar com Hansen as faixas de “Viking Soul”, usando toda a experiência do produtor e a tecnologia de seu estúdio. Resultou “Power of Warrior”, concebido na mistura de aparelhagem digital de ponta, gravações em disco rígido com o sistema Pro Tools HD3 Accel 96, com o bom e velho gravador de fita de rolo e 24 canais, equipamento consagrado há décadas pelas bandas que hoje são chamadas de classic rock.
O lançamento do álbum celebra a atual formação da banda. Parras tem a seu lado o baixista Fernando Giovannetti, o tecladista Rafael Agostino, os guitarristas Tiago de Moura e Timo Kaarkoski, finlandês há tempos no Brasil, e o novo baterista Rodrigo Oliveira.
O que se ouve é uma jornada por cenas de combate, orgulho guerreiro e atmosferas de contos medievais nas letras de Parras, em inglês fluente. Emoldurando sua voz grave nas dez músicas do álbum, peças instrumentais se alternam entre faixas mais aceleradas e outras um pouco mais lentas, envolventes.
Mesmo quando a banda se dedica a gravar uma balada, como “My Heart”, Parras segue sua profissão de fé na figura heroica. A letra fala de um guerreiro que se vê sozinho e recorda o gosto dos lábios da amada distante. Com certeza será sempre um dos grandes momentos nos shows da Armored Dawn.
A música que dá nome ao álbum nasceu com feições de clássico instantâneo. Uma linha melódica delicada acompanha por alguns instantes uma bateria marcial, como um chamado de guerra, seguida por um coral suntuoso. Então as guitarras entram enfurecidas, e a voz de Parras conclama: “Noites feitas para guerrear/ se você acredita em mim/ minha alma está gritando por você/ estou aqui”.
O tom épico está sempre presente, em músicas com introduções que fisgam o fã de metal nos primeiros acordes. “Prison” começa aos poucos, com cada instrumento entrando como uma nova camada sonora, até formar um hino encorpado de metal. “Far Away” abre com uma linha de baixo matadora, para depois os outros instrumentos atacarem pesado. E ouvir “Too Blind to See” é sentir como a bateria parece um cavalo galopando alucinado.
A Armored Dawn não cai na mesmice de tantas outras bandas pesadas, que usam os teclados apenas para introduzir momentos mais suaves no meio da pauleira. A Armored Dawn sabe muito bem como entrelaçar teclados com riffs velozes e furiosos das guitarras. Jon Lord gostaria de ouvir este disco.
“Power of Warrior” é mais do que a amostra de uma ótima banda pesada. É uma declaração de intenções de um grupo que vem para conquistar seguidores. Como Eduardo Parras canta em “Viking Soul”: “Nós lutaremos o tempo todo, não me pergunte a razão”.
Graças a este disco, a Armored Dawn já começa a chamar a atenção dos gringos. Prova disso é que quando ainda se chamava Mad Old Lady, a banda foi a única do Brasil a participar do cruzeiro do Motörhead, em 2015, o último com Lemmy Kilmister, que morreu no mesmo ano.
Membros da banda
Eduardo Parras - Vocals
Timo Kaarkoski - Guitars
Tiago de Moura - Guitars
Fernando Giovannetti - Bass
Rafael Agostino - Keyboards
Rodrigo Oliveira - Drums
Timo Kaarkoski - Guitars
Tiago de Moura - Guitars
Fernando Giovannetti - Bass
Rafael Agostino - Keyboards
Rodrigo Oliveira - Drums
Local São Paulo - São Paulo
Fonte Site Oficial
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