sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Resenha: Queensrÿche - The Warning

 


No ano de 1981, surgiu na chuvosa Seattle, atendendo ao nome The Mob, logo adotaram o nome Queensrÿche, pelo qual ficariam mundialmente conhecidos. Formada pelo guitarristas Michael Wilton e Chris DeGarmo, o baixista Eddie Jackson, o baterista Scott Rockenfield e o excelente vocalista Geoff Tate.
Após a estreia com o homônimo EP em 1983, que causou ótima impressão, a banda lança no ano de 1984, seu primeiro full lenght intitulado The Warning. Musicalmente o disco traz uma banda mais experiente e madura, com um instrumental e arranjos mais bem trabalhados, porém mantendo o peso presente desde o inicio.
Michael Wilton e Chris DeGarmo formavam uma dupla de guitarras tão afiadas quanto a do Maiden e do Judas Priest, porém mais técnicos e complexos. O baixista Eddie Jackson cumpre seu papel com eficiência, sem fazer firulas e uma carga extra no peso. Scott Rockenfield baterista de uma técnica pesada e intrincada e que influenciou diversos bateristas. E Geoff Tate, um vocalista extremamente técnico e emotivo, dono de uma interpretação única e precisa. Sem dúvidas o grande diferencial da banda, e quem ajudou a difundir o quesito técnica entre os vocalistas de heavy metal.

Vamos aos álbum, que já começa com a faixa título, uma música pesada, que remete ao Iron Maiden. Destaque para a voz de Tate, com coros gravados em vários tons, notas absurdamente altas e muito peso na bateria de Rockenfield.
A sequência com En Force, traz uma ótima junção entre guitarra e voz, um dos momentos mais emocionante do disco. A eficiente Deliverance é um heavy metal tradicional e direto, com riffs na cara. No Sanctuary é um metal progressivo que começa de forma lenta e soturna, que vai crescendo e ganhado peso. Mais uma vez o destaque fica para a voz de Tate.
A NM156 tem uma letra politizada, abordando temos sobre guerras e extermínio populacional. Um heavy metal clássico, com os tradicionais riffs cavalgados, palhetadas e solo dobrado.
Em seguida vem o grande single do álbum, Take Hold of the Flame, com mudanças de andamento, vocais alto, técnico e complexo, arranjos ao mesmo tempo lírico e pesado. Before the Storm, também tornou-se clássica, um heavy metal típico, com um refrão marcante, guitarras bem timbrada e uma bateria pesada. Já Child of Fire traz um solo de guitarra bem progressivo, executado por Michael Wilton. Destaque novamente para Tate, que tem sua voz muito bem valorizada ao longo de todo o disco.
Encerrando essa obra-prima temos Rodas to Madness, bem cadenciada e progressiva, com uma introdução arrastada, um baixo pulsante e as guitarras gêmeas de Wilton e DeGarmo sempre entrosadas. A voz de Tate com uma interpretação de emocional e marcante, fazendo um belíssimo contraponto entre vozes e orquestrações. Durante seu andamento a faixa vai ganhando peso e velocidade.
Por fim, The Warning é um excelente disco de estreia e tornou-se uma obra-prima indispensável para quem curte heavy metal. Foi apenas o inicio de uma carreira carregada de técnica que seria mais trabalhada e amadurecida nos lançamentos seguintes. Com certeza esse álbum inaugurou e influenciou tudo o que viria depois no chamado metal progressivo.

Nota 10


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