quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Resenha: Aquaria - Alethea

         A banda carioca Aquaria lançou em dezembro de 2020 seu terceiro álbum, fechando uma trilogia iniciada com os discos Luxaeterna e Shambala, em 2005 e 2007 respectivamente. Trilogia aquariana, que retrata o fim do mundo e as manobras intertemporais sobre o comando de Madeleine, uma divindade cigana moderadora do cosmo que tem como atributo comunicar-se com vidas passadas, tentando, dessa forma, impedir uma catástrofe iminente e eminente.



O termo “Alethea” vem do grego “verdade”, na verdade é aquilo que se vela e desvela, o que se apresenta no presente absoluto, movimento constante do real, criador de espaço-tempo. Portanto, recordações do futuro e previsões do passado convivem de maneira harmônica.

Quanto ao disco, a banda apresente seu power metal sinfônico característicos, que irá agradar em muito os antigos fãs. Trazendo uma nova formação, com relação aos lançamentos anteriores com, Vitor Veiga (Endless) nos vocais, Alberto Kury (NovaLotus) no teclado, Fernando Giovannetti (ex Wizards, Armored Dawn e outros) no baixo e os novatos Luciano de Souza na guitarra e Thomás Martinoia (Hatefulmurder) na bateria.

Abrindo os trabalhos temos a excelente e curta Am I, um power metal rápido e vigoroso. A sequencia com The Avatar começa de forma magnífica, com elementos sinfônicos e vai crescendo para um power metal com belos arranjos. The Miracle nos remete ao Shambala com elementos da cultura indígena, contando com a participação do guitarrista Daniel Miura do Projeto Miura Jam (Projeto que faz versão heavy metal para músicas de animes), com um solo primoroso, uma das melhores do disco. The Indians mantém a pegada power/ speed metal técnica da banda, destaque para o solo de guitarra de Luciano.

Sem tempo para respirar, temos outra pedrada power sinfônica com The Quest com ótimos arranjos de orquestração e momentos mais calmos. Em The Revolution começa com um clima de trilha sonora de filme de ficção científica e alterna momentos mais aceleradas com outros mais cadenciados, com um refrão para sair cantando junto. The Pain é uma faixa agradável com uma sonoridade mais acessível, porém, sem perder o peso e a pegada power metal da banda, com um refrão que gruda na cabeça e ótimos fraseados de guitarra.

The Time Traveller, primeiro single apresentado pela banda, vem na sequencia um power/ prog metal, com uma introdução que casou bem com a música, que começa de forma bem suave e logo ganha peso e velocidade. Time Won’t Wait pode ser considerada a balada do álbum, embora não seja aquelas baladas piegas comum, ponto para a banda. Ponto também para o solo de guitarra do convidado Mauricio Belmonte ao lado do Luciano, que executam um solo belíssimo e de muito bom gosto.

WTSTW começa com ótimos arranjos de orquestração e teclado e mostra elementos de prog metal com diversos andamentos. The House of Words traz novamente o power metal com uma pegada mais speed carregado de melodias, com um instrumental primoroso. Fechando com I Am de forma bem suave e cristalina, a música começa com piano e é conduzida por ótimas orquestrações digna das maiores obras do power metal, uma bela canção. A versão japonesa traz como bônus a faixa Violet da primeira demo da banda, quando ainda atendiam pelo nome de Uirapuru, já a versão nacional traz como bônus Away from Here.

Em suma, Alethea é um ótimo álbum de power metal, recomendado para fãs. Possivelmente o melhor da banda, super agradável de ouvir. Vitor Veiga é sem dúvidas um dos melhores vocalista do estilo no país, e os músicos todos primam pela técnica, sem deixar de lado o feeling. As composições e arranjos a cargo da dupla Alberto e Vitor também são excelentes, vale destacar o trabalho de ilustração de responsabilidade de Antonio Cesar e a produção de responsabilidade do próprio Vitor Veiga no Estúdio de Pedra no Rio de Janeiro e mixagem de Eduardo Belchior, masterização por Ronny Milianowicz ambos no Studio Seven em Örebro na Suécia.

Outro ponto é para a versão nacional vem um belo trabalho gráfico de slipcase de responsabilidade do selo Metal Relics, que vem lançando e relançando grandes trabalhos do metal nacional, em versões caprichadas. Confiram.


Nota 10

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