sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Resenha: Tuatha de Danann - In Nomine Éireann

         Nem mesmo a pandemia foi capaz de parar a banda mineira Tuatha de Danann, que no ano de 2020 lançou o excelente In Nomine Éireann. Formada ainda em 1995, na cidade de Varginha, banda segue forte na cena após 25 anos fazendo um som que mistura heavy metal com música folk e celta.


           Nesse disco a banda resolveu de forma criativa unir o seu heavy metal com a música tradicional irlandesa, com arranjos e adaptações dentro do universo da banda. A seleção para o álbum é de responsabilidade do vocalista e multi-instrumentista Bruno Maia especialista em cultura irlandesa.

              Aqui os músicos Bruno Maia (voz, guitarra, banjo, bouzouki, low whistle, tin whistle), Giovani Gome (baixo) e Edgard Brito (teclados) são acompanhados pelos músicos Nathan Viana (violino), Raphael Wagner (guitarra) e Rafael Delfino (bateria e bodhran), além de diversos convidados.

           No disco temos a abertura coma instrumental Nick Gwerk’s Jigs, trata-se de canções tradicionais e partes de autoria do Bruno Maia, com uma ótima pegada heavy, com a participação de Alex Navar (uilleann pipes) e Kane O’ Rourke (violino), seguida pela divertida Molly Maguires, também uma canção tradicional, essa traz como convidados o já citado Kane O’ Rourke no violino e Keith Fay da banda Cruachan.

          Guns and Pikes que já havia sido apresentada em vídeo é outra canção tradicional que ganhou novos arranjos de Bruno Maia, assim como a letra de responsabilidade de Maia e do músico irlandês Folkmooney, que participa nos vocais. Essa faixa ainda traz o grande baterista Marcell Cardoso (Bittencourt Project, Karma, entre outros). Moytura outra faixa instrumental, traz menções a Battle song de autoria de Maia e Berne (ex guitarrista da banda) com outras canções tradicionais. The Calling composição de Maia nos remete ao Trova di Danú lançado pela banda em 2004, aqui temos a participação de Manu Saggioro nos vocais.

           The Wind that Shakes the Barley é uma balada irlandesa gravada por Dead Can Dance entre outros, aqui na versão do Tuatha ganhou arranjos inspirados na banda irlandesa-americana Solas. Destaque aqui ficam por conta da talentosíssima Daísa Munhoz (Vandroya), novamente Marcell Cardoso faz a bateria. Newry Highwayman é uma canção folclórica irlandesa sobre a vida, os atos e a morte de um criminoso, ganhou toda a singularidade da banda mineira, destaque para os vocais um pouco mais agressivos de Bruno em alguns momentos, além da participação de outra grande vocalista da Soulspell, Talita Quintano fazendo backings.

            The Master Reels é mais uma faixa instrumental, trazendo canções tradicionais, com partes de autoria de Bruno Maia e Dregs of Birch de Tanya Elizabeth do grupo folk canadense The Duhks. Aqui temos a participação do músico irlandês John Doyle (violão e bouzouki) e do músico brasileiro Rafael Salobreña (bodhra). The Devil Drink Cider mais uma canção tradicional que ganhou peso com as guitarras e a participação do músico americano Marc Gunn nos vocais ao lado de Bruno Maia e de Fabricio Altino na bateria. Fechando o álbum temos outra instrumental The Dream One Dreamt, composta por canções tradicionais e uma versão para Tam Lin do músico folk irlandês Davey Arthur, aqui com a participação do violinista americano Finn Magill.


            O disco ainda traz como bônus track uma música de autoria de Bruno Maia em parceria com Tadeu Salgado, trata-se de King, um folk metal característico da banda mineira. O disco foi gravado pelo próprio Bruno no Braia Estúdios em Varginha/ MG, mixado e masterizado por Thiago Okamura e Cello Oliveira, destaque para a capa de Paulo Coruja. O disco saiu no Brasil em digipack pelo selo Heavy Metal Rock que tem uma parceria de longa data com a banda. Mais um grande lançamento de uma das bandas mais criativas do cenário nacional. Recomendado!

Nota 10

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