domingo, 2 de maio de 2021

Resenha: Savage Circus - "Dreamland Manor"

 Durante 2 décadas Thomen Stauch foi baterista da clássica banda alemã de power metal Blind Guardian, após deixa a banda no ano de 2004, Thomen deu inicio a uma nova empreitada com um som muito calcado em sua antiga banda. Ao lado do baterista nessa nova empreitada estavam o vocalista Jens Carlsson (Persuader), o guitarrista Emil Norberg (Persuader) e Piet Sielck no baixo e guitarra (Iron Savior).

A banda fez sua estreia em 2005 com o ótimo full length Dreamland Manor, álbum que irá agradar em cheio os fãs do Blind Guardian nos primeiros trabalhos. Logo de cara o disco abre com o power metal acelerado e pesado Evil Eyes, onde já notamos a semelhança vocal do Jens com Hansi Kürsch. A sequência com Between the Devil and the Seas mantém a pegada Blind Guardian, essa é mais cadenciada que a anterior e carregada de teclados e passagens velozes de bateria. Waltz of the Demon começa de maneira lenta, porém com peso e um ótimo trabalho de guitarra do eficiente Emil.

Tomorrowland é um heavy metal vigoroso, onde quem se destaca mais uma vez é o baterista Thomen Stauch com sua pegada característica. A It (The Gathering) vem com uma pegada mais power que novamente nos remete ao Blind Guardian, com aquela pegada acelerada de inicio de carreira, uma das melhores faixas do álbum. A sequencia dá uma acalmada com a épica balada Beyond Reality, com destaque para a interpretação de Jens Carlsson, mostrando-se o vocalista competente.

Em When Hell Awakes o disco ganha peso novamente com um power/ thrash para bater cabeça. Ghost Story é bem cadenciada, porém o peso se faz presente, essa faixa nos remete ao Demons & Wizards pela sua pegada mais heavy metal. Fechando o álbum temos Born Again by the Night que começa com um grande riff, outro grande momento da banda com um power metal vigoroso e acelerado na medida certa.

Resumindo temos aqui um ótimo trabalho de power/ heavy metal, com um time que tem pleno domínio das suas funções. Recomendado para fãs de Blind Guardian que não estão a procura de algo novo. Lamentável a banda ter encerrado suas atividades, pois tinham potencial para trilharem seu próprio caminho. Vale destacar a produção de Piet Sielck que deixou todos os instrumentos na medida certa. A banda ainda lançou o dvd Live in Atlanta trazendo Thomas Nack (Gamma Ray, Iron Savior) na bateria e um segundo álbum Of Doom and Death com o talentoso Mike Terrana (Vision Divine, Rage, Masterplan) na bateria.



Nota 8,0



segunda-feira, 5 de abril de 2021

Twilight Aura retoma atividades com Andre Bastos (ex-Angra), Daísa Munhoz e vídeo de “Watching the Sky”.

         Twilight Aura retoma atividades com Andre Bastos (ex-Angra), Daísa Munhoz e vídeo de “Watching the Sky”.



        Liderada por Andre Linhares Bastos, guitarrista da primeira formação do Angra, Twilight Aura lança o single “Watching the Sky”, estreando a vocalista Daísa Munhoz.

        Após 28 anos desde sua formação, a banda paulistana Twilight Aura (conhecida antigamente como ‘Twilight’) está retomando atividades em 2021. E com várias novidades! A primeira delas diz respeito ao line-up. Comandado pelo guitarrista Andre Linhares Bastos (ex-Angra e Skyscraper), e mantendo o time de 1995 à ’97, com Rodolfo Elsas (guitarra), Filipe Guerra (baixo, ex-Skyscraper, Wizards, Preacher e Revenge), Leo Loebenberg (teclados, Das Fossem) e Claudio Reis (bateria), a Twilight Aura apresenta como vocalista a experiente Daísa Munhoz, conhecida mundialmente por seus trabalhos com a Soulspell e Vandroya. A segunda novidade é que a banda está lançando seu primeiro vídeo para a música “Watching the Sky”, com a direção e edição de Anderson Bellini, diretor do documentário “Andre Matos – Maestro do Rock”.

        Assista “Watching the Sky”: https://youtu.be/AkIZZLEuS34

        Andre Bastos comentou sobre a adição de Daísa à Twilight Aura:

      “Desde muito tempo, tenho curtido várias bandas de Power Metal que têm vozes femininas. Sou bastante fã de diversas dessas cantoras. Uma das minhas bandas favoritas é a Vandroya, que tem Daísa Munhoz como vocalista. Também gosto demais do trabalho dela na Soulspell. Quando eu estava conversando com o Tito Falaschi sobre os planos de gravação, analisamos as linhas vocais e ele disse que uma voz feminina se encaixaria melhor nessas músicas. Concordei 100%. Ele sugeriu convidar a Daísa e eu disse que seria um sonho se ela topasse. Uma vez que ele já havia trabalhado com ela, ele poderia fazer a ponte e estender o nosso convite para que ela fosse a voz do nosso álbum de estreia. Eu trouxe a ideia à banda e mostrei os trabalhos da Daísa. Todos ficaram boquiabertos e compraram a ideia imediatamente!”

       Daísa Munhoz conta como juntou-se à Twilight Aura:

    “Esse convite chegou através de Tito Falaschi, que já havia me produzido em diversas gravações e com quem eu sempre amei trabalhar. Ele, então, me colocou em contato com Andre Bastos para uma reunião, onde Andre me contou sobre a história e a importância da gravação deste novo álbum, uma verdadeira celebração por tantos anos lindos da trajetória da Twilight Aura. De cara já me senti em casa, descobrindo que Andre e eu temos muitas coisas em comum. Eu me apaixonei pelas músicas, pelas temáticas das letras; uma identificação imediata aconteceu ali. Para mim, é uma honra muito grande poder ser a voz que vai contar essa jornada tão bonita de uma banda com mais de 27 anos de história.”

        O primeiro single:

    Como antecipado por Andre, o sexteto está preparando seu primeiro álbum. O trabalho, que será lançado ainda este ano, conta com produção, gravação, mixagem e masterização de Tito Falaschi e consultoria técnica e artística de Rafael Bittencourt (Angra). E para dar um gostinho do que está por vir, a Twilight Aura acaba de lançar o single “Watching the Sky”.

    Ouça:

    Spotify: https://open.spotify.com/album/1JLQnOcCcD1egFA3A1x8sk

    Deezer: https://deezer.page.link/hHUFPJvBb4WecCxB9

    YouTube Music: https://youtu.be/47q-dJ5ndc8

    Amazon: https://rebrand.ly/oqqxp6e

    Apple Music:  https://rebrand.ly/r4iinh1

    Composta originalmente em 1992, “Watching the Sky” ganhou novo refrão em 1996 e foi mantido na nova gravação. “A escolha dessa música se deu pelos seguintes fatores: é uma música de refrão forte, uma levada não muito rápida e com o equilíbrio adequado entre peso e melodia. A letra encara de maneira positiva o momento em que temos que resolver problemas e estamos à procura de respostas. Se pararmos e observarmos o céu, muitas vezes podemos alcançar um estado de equilíbrio que nos ajuda a encontrar a tão esperada resposta”, explica Bastos.

    O sentimento de nostalgia permeia em todos da banda.

    O baixista Filipe Guerra comenta: "O desafio técnico de regravar essas músicas depois de 27 anos é algo muito agradável, pois as ideias foram repensadas a partir da maturidade musical hoje em dia”.

    Rodolfo Elsas acrescenta: “Depois de mais de 25 anos sem chegar perto de uma guitarra, regravar essas músicas foi uma verdadeira viagem no tempo!”

    O baterista Claudio Reis continua: “Regravar essas músicas, que a gente curtiu muito a vida toda, com a tecnologia de hoje, tem sido a realização de um sonho”

    E o tecladista Leo Loebenberg complementa: “Bem legal trazer esses sons de volta e gosto bastante da ideia de podermos adaptar os arranjos para o ‘agora’”.

    CONHEÇA MAIS SOBRE A TWILIGHT AURA

    Anteriormente intitulada Twilight, o grupo tem um motivo lógico para a mudança de nome. “Infelizmente, a banda não registrou o nome lá nos anos 1990 e hoje essa ‘marca’ tem outros donos. Para não fugir muito do nome original, colocamos apenas uma palavra a mais: curta, de fácil pronúncia, e que combina bem com “Twilight” – além de esteticamente ser eficiente, uma vez que TwilighT e AurA começam e terminam com a mesma letra.”, revelou Andre Bastos.

    Em 1991, depois de receber um convite feito pelo mencionado Rafael Bittencourt para se juntar à sua nova banda, Bastos deixou a Skyscraper (onde tocava com o guitarrista Marcos “Naza” Nazareth e o vocalista Ricardo Rosa). No entanto, sua estadia no que viria a ser o Angra foi curta. Após sua saída, Bastos integrou por alguns meses a banda do ABC paulista Revenge, onde conheceu o baixista Filipe Guerra, bem como a Chonps, onde também tocava o baterista Claudio Reis.

    No segundo semestre de 1993, Andre foi convidado para tocar em um show no lendário bar Black Jack, em Santo Amaro (SP). Então ele chamou seus amigos e ex-colegas de banda, Naza, Ricardo, Filipe e Claudio, e em setembro daquele mesmo ano nascia a Twilight. Em seu primeiro show, a banda tocou covers de Iron Maiden, Gamma Ray e outros, além de apresentar suas primeiras composições.

    Após essa primeira apresentação, Andre, Claudio e Filipe continuaram com a banda e a eles se juntaram Luigi Pilosio (Preacher) na guitarra, Sandra Reis nos teclados e Tomas Kenedi no vocal. Com essa formação a primeira e única demo tape intitulada “Dawn” foi gravada no estúdio Creative Sound por Phil Colodetti.

    Posteriormente, Rodolfo Elsas substituiu Luigi na guitarra e foi também quando Leo Loebenberg (Das Fossem) assumiu os teclados. Essa foi a última formação que durou até 1997, quando a banda fez seu último show no lendário pub paulista Black Jack. Pouco tempo depois, a banda teve que dar um tempo que estendeu-se por muitos anos até que, em 2020, mesmo com os integrantes espalhados em quatro continentes diferentes, resolveram conectar-se novamente e colocar em prática o projeto de gravar um CD com as músicas que a banda produziu entre 1993 e 1995.

    A bordo do projeto estão o baterista Claudio Reis e o baixista Filipe Guerra, bem como Rodolfo Elsas e Andre Linhares Bastos nas guitarras e Leo Loebenberg nos teclados. Daísa Munhoz (Vandroya, SoulSpell) foi convidada para os vocais e aceitou prontamente. O plano é que todos os que passaram pela banda, bem como vários convidados especiais e amigos possam, de alguma forma, participar desse lançamento, previsto para o segundo semestre de 2021.

    Mais informações:

Instagram: https://www.instagram.com/twilight.aura.band/

Facebook: https://www.facebook.com/twilight.aura.band/

Web Site: https://twilightaura.com/

YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCOmLX4cRDXERO7EE6GkHVRA

 Fonte: TRM Press

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Resenha: Autograph - Loud and Clear

             Autograph, banda americana da cidade de Pasadena, na California, mesma cidade do Van Halen, ficou marcada pelo hit “Turn up the Radio”, porém, a banda tem uma seleção de músicas impactante em sua carreira. O grupo surgido no início dos anos 80, formada então por Steve Plunkett (vocal e guitarra), Steve Lynch (guitarra), Randy Rand (baixo), Steven Isham (teclado) e Keni Richards (bateria), partiu para gravação de seu terceiro trabalho sucessor de That’s the Stuff (1985), passando por uma boa fase em termos de entrosamento, mesclando seu hard rock com o AOR, características marcantes na carreira da banda.


Para a gravação de Loud and Clear, a gravadora RCA deu sinal verde para que a banda contasse com o experiente produtor Andy Johns (Led Zeppelin, The Rolling Stones, MSG e outros). A banda contou ainda com uma grande promoção, com páginas inteiras de anúncios em revistas, além de um vídeo clip para a faixa título, contando com participação de Ozzy Osbourne e Vince Neil (Mötley Crüe).

E é exatamente a Loud and Clear que abre a bolachinha, um hard carregados, riffs certeiros e um forte apelo para rádio, um refrão para sair cantando. Na sequência vem a ótima Dance all Night, outra que poderia tocar nas rádios, lembrando um pouco os conterrâneos do Van Halen. She Never Looked That Good  for Me assim como a anterior também traz um pé no AOR com um forte apelo comercial, essa tem uma levada dançante e ótimas melodias.

Bad Boy um hardão enérgico, com destaque para o solo do Steve Lynch, que se mostra ao longo de todo o trabalho um ótimo guitarrista. Everytime I Dream é uma típica balada hard, porém essa é agradável de se ouvir. She’s a Tease um hard rock vibrante bem ao estilo anos 80, uma das melhores do trabalho. Just Got Back from Heaven conta com ótimas melodias, o carro chefe são os teclados do saudoso Steven Isham.

Down ‘n Dirty começa com uma batida de bateria que vem no peito, acompanhada pela guitarra e o teclado. Uma faixa intensa que deve soar bem em shows em estádios e arenas. When the Sun Goes Down um hard/ aor com mais um refrão grudento e o ótimo solo de Lynch. Fechando o disco temos a More than a Million Times, ótimo fechamento, onde temos novamente o teclado em destaque, mais uma vez vemos um direcionamento para as rádios com uma canção carregada de melodias, refrão grudento e um incrível solo de guitarra.

Enfim, fica a pergunta porque uma banda como Autograph, com ótimas músicas com um direcionamento para as rádios, cheias de melodias não foi maior. Vale a pena revisitar e redescobrir o trabalho da banda, que com certeza lhe proporcionará ótimos momentos de audição. E para quem não conhece a banda vai atrás sem medo, principalmente fãs de Hard Rock e AOR.

Vale destacar que após a turnê de divulgação a gravadora rompeu com a banda em 1989, pouco depois a banda se separou, encerrando assim sua primeira fase com três ótimos discos. A banda retornou suas atividades por duas vezes, sendo a primeira em 2002, a segunda em 2013, trazendo o brasileiro Simon Daniels como vocalista de guitarrista.

Nota 9,0




quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Resenha: The Troops of Doom - The Rise of Heresy

             Um dos lançamentos mais surpreendentes de 2020 foi sem dúvidas a nova banda do guitarrista Jairo Guedz, o The Troops of Doom. Nome de um dos maiores hinos da história do Sepultura, lançado originalmente no álbum de estreia da banda mineira Morbid Visions de 1986, o único a contar com Jairo na guitarra.


Jairo “Tormentor” Guedz (guitarra), aqui é acompanhado de músicos talentosos e experientes da cena metálica nacional. O vocalista e baixista Alex Kafer (Explicit Hate, Mysterris, ex- Impacto Profano, Coldblood, Necromancer e outros), o guitarrista Marcelo Vasco (Mysteriis, Patria ex- Necromancer e outros) e o baterista Alexandre Oliveira (The Southern Blacklist), aproveitaram muito bem o período de isolamento social e entraram entre março e julho no The Colony Studio para saírem de lá com esse excelente cartão de visita intitulado The Rise of Heresy, trata-se de um ep com 6 faixas, sendo 4 composições inéditas e duas versões de músicas do Sepultura, gravadas na época do Jairo.

O disco traz um excelente death/ thrash metal old school, muito bem produzido, com algumas passagens beirando o black metal. Abrindo os trabalhos temos a excelente Whispering Dead Words com uma bela introdução orquestral de Dave Deville, como um prenuncio da pancadaria, vale destacar as viradas de bateria, os vocais de Alex que em certos momentos lembram o Max, a música finaliza com belos dedilhados de violão.

Na sequência vem os dois singles divulgados pela banda por meio de vídeos no youtube. Between the Devil and The Deep Blue Sea, uma porrada death bem direta, som rápido, com riffs poderosos e alternâncias de andamento, destaque novamente para a bateria de Alexandre bem veloz. The Confessional, também divulgada com vídeo, tem um andamento mais cadenciado, um death/ thrash metal visceral, destaque para os vocais cavernosos de Alex Kafer.

A faixa título The Rise of Heresy é mais direta, agressiva e cadenciada, com um belo solo de guitarra, com referencias a Sepultura, a melhor do trabalho. Fechando o trabalho temos dois clássicos do Sepultura, Bestial Devastation presente no homônimo ep de 1985, aqui ganhou uma repaginada, mas que se manteve fiel a original. Troops of Doom um hino do Sepultura, executado até hoje ao vivo tanto pela banda, quanto pelo Cavalera Conspiracy dos irmãos Cavalera. Aqui também apresenta uma nova roupagem, mas que se manteve fiel a original do Sepultura, uma das faixas mais brutais do metal brasileiro.

Vale ressaltar aqui a masterização de responsabilidade de Øystein Garnes Burn (Borknagar) no estúdio Corosound Studio na Noruega, trazendo a veia dos anos 80, ao mesmo tempo uma sonoridade atualizada. Excelente começo e que venha logo um full lenght da banda.

Nota 10


Smith/ Kotzen divulgam vídeo de segunda música do trabalho da dupla

 Os guitarristas Adrian Smith (Iron Maiden) e Richie Kotzen (The Winery Dogs) vem trabalhando em úm álbum em conjunto. Após a divulgação de primeiro vídeo para a música Talking my Chances, no final do mês de janeiro. A dupla lançou nessa quarta-feira, 24 de fevereiro um vídeo para a segunda música intitulada Scars, com os dois guitarristas dividindo os vocais a música é um blues/ rock com muito feeling e melodia, além de belos solos e fraseados de guitarras.


O lançamento do disco está previsto para o próximo mês, dia 26 de março, tem a produção da dupla e mixagem do produtor Kevin Shirley.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

André Matos - O Maestro do Heavy Metal

         Minha primeira resenha no blog sobre um livro/ biografia e será logo de um dos artistas que mais admirei e admiro, Andre Matos. Tive contato com a obra de Andre, ainda na minha adolescência, quando o músico junto com seus parceiros que haviam deixado o Angra, dava inicio a sua nova banda, Shaman. Desde então passei a acompanhar a carreira do músico, fui atrás de suas obras do passado, e obviamente acompanhei os lançamentos futuros.


A morte repentina do cantor comoveu não apenas a cena metal nacional, mas também no mundo inteiro, diversas pessoas do meio comentaram sua morte, bandas e artistas ao redor do mundo também prestaram homenagens ao maestro. Mas sem dúvidas a mais aguardada junto ao documentário que esta sendo produzido e previsto para ser lançado esse ano, na data que Andre completaria 50 anos, a biografia Andre Matos – Maestro do Heavy Metal escrita por Eliel Vieira e Luis Aizcorbe.

A biografia é riquíssima em informação sobre o cantor, fatos até então desconhecidos pelos fãs, são narrados aqui em cada detalhe pela mãe de Andre, Sonia, seu irmão Daniel e o primo Eco Moliterno ao longo de entrevista. Toda a infância do músico, os locais onde passava férias com a família, a relação com o avô materno Ary, seu interesse em escrever histórias, a descoberta da música (pelo piano), a adolescência, o encontro com os amigos do Viper.

A biografia também é riquíssima com relação a carreira do cantor, desde o início com o Viper, até a reunião do Shaman em 2018. Conta como funcionava o processo de criação em cada banda, os processos de separação, sempre trazendo a visão de Andre, por meio de entrevistas concedidas na época, como a visão dos demais músicos envolvidos em cada dissolução. Há que se destacar o trabalho de pesquisa dos autores para termos a visão do Andre em toda a sua carreira, já que muito desses materiais acabaram se perdendo com os avanços tecnológicos, principalmente do início dos anos 2000, já que muitos sites, blogs perderam seu domínio. Entrevistas de época também com os demais companheiros de banda de Andre, seja os músicos do Viper, do Angra e do Shaman, sempre mostrando a visão dos dois lados.

Outro ponto a se destacar é a riqueza das fotos, bem como a forma como elas foram postas na biografia, ilustrando o exato momento em que está sendo narrado. Bem como os QR codes, levando o leitor a vídeos relacionados aos momentos narrados, bem como aos álbuns gravados pelo Andre em plataformas de streaming.

A biografia traz também relatos da irmã mais nova de Andre, Helena, bem como de seu filho Adrian, com a sueca Sara. A família narra a relação do músico com o filho e de como aflorou o lado paterno de Andre, que tinha planos de morar e estudar na Suécia para ficar próximo do filho. Enfim, tudo que o fã precisar saber do Andre, enquanto artista e pessoa encontram-se nessa biografia, foi sem dúvidas um ótimo trabalho dos autores.

Não posso deixar de citar também a qualidade gráfica do livro de responsabilidade da editora Estética Torta. Um livro em capa dura com uma foto de Andre, tirada durante um show na Argentina em uma passagem da reunião do Viper pelo país. Com uma capa protetora de acetato por cima, onde encontra-se o título e demais informações da biografia, a resolução das fotos também estão muito boas e nítidas. A única coisa a ser revista em edições futuras é alguns erros de grafia, bem como de nota de roda pé, no mais o livro está perfeito, indicado não só para os fãs do Andre, mas também fãs do heavy metal.

Vale ressaltar o prefácio escrito pelo músico e amigo do cantor Tobias Sammet. Além da negativa em participar da biografia por parte do ex - empresário Angra, Antônio Pirani, segundo os autores, procuraram o empresário e o mesmo não quis participar concedendo entrevista.

Agora só nos resta aguardar o lançamento do documentário, que certamente também estará a altura da grandeza do artista que era o Andre.

Nota 10




sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Resenha: Unisonic - Unisonic

Devido a turnê de Michael Kiske com o Avantasia, o cantor se aproximou mais de seu antigo companheiro de banda Kai Hansen e despertou também sua vontade de voltar a tocar heavy metal. Foi então que os dois músicos se uniram e idealizaram o projeto Unisonic, foram incumbidos de completar o time o guitarrista Mandy Meyer (ex Gotthard), o baixista e produtor Dennis Ward e o baterista Kosta Zafirou, ambos na época do Pink Cream 69 (hoje o baterista não faz mais parte do PC69).


Após o Ep Ignition de apresentação da banda, lançado em 2012, a banda lançou no mesmo ano seu debut intitulado simplesmente Unisonic. Trazendo uma mistura de hard rock com heavy metal e claro muita melodia como só o mestre Hansen sabe oferecer.

A abertura com a bombástica Unisonic, é bem speed, com riff a la Judas Priest e muito de power metal, excelente cartão de visita da banda, com melodias que grudam. Souls Alive vem mais lenta, porém mantem a pegada heavy metal, com muita melodia e o Kiske cantando de forma estupenda. A seguinte Never too Late vem uma pegada mais hard rock totalmente para cima. I’ve Tried é outra que empolga, com um andamento crescente, com um baixo cheio de groove.

Star Rider apresenta um hard com uma levada mais pop rock e um excelente instrumental, com uma interpretação impecável de Kiske. Never Change Me é uma hard mais AOR, excelente para as fm’s da vida. Renegade é outra hard carregada de melodia e um belo solo de guitarra. My Sanctuary um hard/ heavy com uma passagem de coro, melodia e refrão que grudam, uma das melhores do trabalho ao lado da faixa título. King For a Day é mais uma que mostra a faceta AOR dos músicos, com coro no refrão e palhetada, faixa muito agradável de ouvir.

Fechando o disco temos We Rise com excelente mistura entre os riffs hard rock e as palhetas cavalgadas do heavy metal, um hard bem alegre. E temos também a balada No One Ever Sees Me que apesar de piegas, traz um tema pertinente sobre os problemas que a mulheres enfrentam para serem respeitadas.

Nesse primeiro trabalho do Unisonic temos uma banda que não vive do passado de seus músicos, com uma identidade própria. Passam longe do que fizeram em Keeper of the Seven Keys Pt. 1 & 2. Os demais músicos também não ficam atrás e contribuem bastante para essa identidade própria. Outro destaque fica para a produção a cargo do experiente Dennis Ward. A banda ainda lançou outro disco em 2014 e em 2017 entrou em uma pausa devido a tão aguardada reunião do Helloween. Nos resta curtir esse dois trabalhos primorosos da banda que conta também com um ao vivo gravado durante o Wacken 2016 e lançado no ano seguinte.

Nota 8,5

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Resenha: Shadowside - Shades of Humanity

                 Shades of Humanity, quarto disco da banda paulista Shadowside lançado em 2017, é sem dúvidas o trabalho mais maduro do quarteto. Formado atualmente por Dani Nolden (voz), Raphael Mattos (guitarra), Fábio Buitvidas (bateria) e o experiente Magnus Rosén (baixo, ex- Hammerfall).

                O disco foi gravado na Suécia pelos renomados Fredrik Nordström e Henrik Udd, traz uma sonoridade limpa, o que garante que os instrumentais e voz estejam bem equilibrados. Claro que o talento dos músicos contribuiu bastante também para esse trabalho mais diferente e ambicioso na carreira da banda, com músicas que atingiram um outro nível de maturidade, mais peso e muita energia.

                O trabalho já abre de cara com a intensa The Fall, enquanto a seguinte Beast inside vem carregada de peso, mostrando a cara nova da banda, indo ao encontro com seu passado. Destaque para o guitarrista Raphael Mattos seja com os seus riffs, seja com seus solos, sempre preciso com a técnica e a energia. A terceira What If mantém a modernidade no som da banda, com mais grooves, assim como a sua antecessora.

                Make my Fate é um dos destaques do álbum, com bateria acelerada, com um belo solo de guitarra. A agressiva Insidious Me é outro destaque com a Dani explorando novos caminhos com a sua voz. The Crossing uma das melhores faixas da banda, nos remete ao Dare to Dream, mais uma vez Raphael Mattos nos surpreende com um solo estupendo. Stream of Shame é mais uma que mostra a nova forma da Shadowside indo ao encontro com seu passado, maravilhosa essa faixa. Parade the Sacrifice mantém a pegada mais agressiva da banda.

                Outra faixa que nos leva de volta a momentos do Dare to Dream é a Drifter, um heavy metal clássico. Fechando o trabalho temos a Unreality, faixa composta por Magnus em parceria com o renomado guitarrista Andy LaRoque (King Diamond) e que casou bem com a proposta da banda. Temos também Alive que encerra o trabalho aliando peso com melodia e melancolia, um belo encerramento, mais um trabalho que já pode ser considerado clássico da banda.

                Vale mencionar que o disco foi lançado no mercado nacional via Furia Music, no ano de 2017. Ponto para a Shadowside por mais esse petardo.

Nota 9,0

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Eterna - Banda divulga músicas de uma demo do ano de 2008 por meio do canal no youtube de Leandro Caçoilo

             A banda de heavy metal cristã Eterna, vem divulgando por meio do canal de seu ex vocalista Leandro Caçoilo, uma série de vídeos de demos das músicas que fariam parte do quinto álbum de estúdio da banda, a ser lançado no ano de 2008.

                O álbum seria um trabalho conceitual, baseado na paixão de cristo. Porém devido a problemas internos de formação e a dissolução daquela formação, o trabalho acabou guardado pelo guitarrista Paulo Frade. Agora o trabalho vem a público por meio do então vocalista Leandro Caçoilo, que já divulgou 3 músicas em seu canal no youtube.

Devido as diversas mudanças de formação que ocorreram nessa época, a banda acabou mudando seu direcionamento e lançando em 2014 o Spiritus Dei, seu último trabalho, com uma proposta diferente. Das músicas dessa demo de 2008, apenas “Só Quero Você” outro no trabalho.

A formação que gravaria esse trabalho que acabou engavetado seriam: Leandro Caçoilo na voz, Paulo Frade na guitarra, José Cardillo no teclado, Bruno Ladislau no baixo e Rafael Rosa na bateria.


Confira demais músicas no Canal do Leandro Caçoilo


domingo, 31 de janeiro de 2021

Hellway Train - Lockdown Reborn

                Hellway Train retoma as atividades e lança novo ep 6 anos após Breaking the Cage (2014). A banda mineira foi formada no ano de 2010 na cidade de Belo Horizonte por, Marc Hellway (vocais) e Vinicius Thram (guitarra) com a proposta de fazer um som com forte influência do hard rock e do heavy metal da década de 1980.



                Em 2020 a banda apresentou uma nova formação, além de um novo ep, intitulado Lockdown Reborn. Gravado, mixado, masterizado e produzido por André Cabelo (Chakal) no tradicional Estúdio Engenho em BH, com a participação de músicos da cena mineira. As composições foram criadas durante esse período de isolamento social, devido a pandemia do novo-corona vírus.

                Ao contrário do trabalho de estreia da banda “Breaking the Cage” que tem uma sonoridade mais hard rock, Lockdown Reborn apresenta uma sonoridade mais pesada, um heavy tradicional, flertando em alguns momentos com o thrash metal, mas sem perder a sonoridade oitentista. Abrindo temos Off the Rails/ Bombermen já vem com forte influência dos heavy metal dos anos 80, principalmente do Judas Priest. A letra tem um tema inspirada na série de filmes Hellraiser, além de trar referencias do popular jogo dos anos 80 “bomberman”. Metal Widow foi o primeiro single apresentado traz um heavy metal que passeia entre Judas e Accept, com fortes coros, a letra exalta a cena atual do underground, além de fazer uma critica a esses headbangers que vivem do passado, vale ressaltar a participação do Casito da clássica banda mineira Witchhammer. Pride is a Riot tem uma pegada mais hard rock com um refrão para cantar junto. Catastrophobiac um heavy com riff de muito bom gosto, palhetadas abafadas dando um ar de thrash/ heavy e um vocal que o tempo todo nos remete ao Judas Priest, a música aborta o tema sobre como o psicológico das pessoas estão abalados nesse período.

                A banda já anunciou para o próximo dia 05 de fevereiro o lançamento do single Desordem/ Retrocesso cantada em português e que estará presente apenas na versão física. Com exceção dessa faixa, todas as demais já podem serem conferidas nas plataformas de streaming.

                Além de Marc Hellway nos vocais, Vinicius Thram e João Brumano nas guitarras e Chris Maia no baixo, a banda contou com a contribuição de Jon Alberth na bateria e Daniel Tulher (Payback) nos vocais da Catastrophobiac. Mais um ótimo trabalho da banda que merece ter um disco completo lançado.


Nota 8,0

Hellway Train é:

Marc Hellway - voz

Vinicius Thram - guitarra

João Brumano - guitarra

Chris Maia - baixo

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Resenha: Tuatha de Danann - In Nomine Éireann

         Nem mesmo a pandemia foi capaz de parar a banda mineira Tuatha de Danann, que no ano de 2020 lançou o excelente In Nomine Éireann. Formada ainda em 1995, na cidade de Varginha, banda segue forte na cena após 25 anos fazendo um som que mistura heavy metal com música folk e celta.


           Nesse disco a banda resolveu de forma criativa unir o seu heavy metal com a música tradicional irlandesa, com arranjos e adaptações dentro do universo da banda. A seleção para o álbum é de responsabilidade do vocalista e multi-instrumentista Bruno Maia especialista em cultura irlandesa.

              Aqui os músicos Bruno Maia (voz, guitarra, banjo, bouzouki, low whistle, tin whistle), Giovani Gome (baixo) e Edgard Brito (teclados) são acompanhados pelos músicos Nathan Viana (violino), Raphael Wagner (guitarra) e Rafael Delfino (bateria e bodhran), além de diversos convidados.

           No disco temos a abertura coma instrumental Nick Gwerk’s Jigs, trata-se de canções tradicionais e partes de autoria do Bruno Maia, com uma ótima pegada heavy, com a participação de Alex Navar (uilleann pipes) e Kane O’ Rourke (violino), seguida pela divertida Molly Maguires, também uma canção tradicional, essa traz como convidados o já citado Kane O’ Rourke no violino e Keith Fay da banda Cruachan.

          Guns and Pikes que já havia sido apresentada em vídeo é outra canção tradicional que ganhou novos arranjos de Bruno Maia, assim como a letra de responsabilidade de Maia e do músico irlandês Folkmooney, que participa nos vocais. Essa faixa ainda traz o grande baterista Marcell Cardoso (Bittencourt Project, Karma, entre outros). Moytura outra faixa instrumental, traz menções a Battle song de autoria de Maia e Berne (ex guitarrista da banda) com outras canções tradicionais. The Calling composição de Maia nos remete ao Trova di Danú lançado pela banda em 2004, aqui temos a participação de Manu Saggioro nos vocais.

           The Wind that Shakes the Barley é uma balada irlandesa gravada por Dead Can Dance entre outros, aqui na versão do Tuatha ganhou arranjos inspirados na banda irlandesa-americana Solas. Destaque aqui ficam por conta da talentosíssima Daísa Munhoz (Vandroya), novamente Marcell Cardoso faz a bateria. Newry Highwayman é uma canção folclórica irlandesa sobre a vida, os atos e a morte de um criminoso, ganhou toda a singularidade da banda mineira, destaque para os vocais um pouco mais agressivos de Bruno em alguns momentos, além da participação de outra grande vocalista da Soulspell, Talita Quintano fazendo backings.

            The Master Reels é mais uma faixa instrumental, trazendo canções tradicionais, com partes de autoria de Bruno Maia e Dregs of Birch de Tanya Elizabeth do grupo folk canadense The Duhks. Aqui temos a participação do músico irlandês John Doyle (violão e bouzouki) e do músico brasileiro Rafael Salobreña (bodhra). The Devil Drink Cider mais uma canção tradicional que ganhou peso com as guitarras e a participação do músico americano Marc Gunn nos vocais ao lado de Bruno Maia e de Fabricio Altino na bateria. Fechando o álbum temos outra instrumental The Dream One Dreamt, composta por canções tradicionais e uma versão para Tam Lin do músico folk irlandês Davey Arthur, aqui com a participação do violinista americano Finn Magill.


            O disco ainda traz como bônus track uma música de autoria de Bruno Maia em parceria com Tadeu Salgado, trata-se de King, um folk metal característico da banda mineira. O disco foi gravado pelo próprio Bruno no Braia Estúdios em Varginha/ MG, mixado e masterizado por Thiago Okamura e Cello Oliveira, destaque para a capa de Paulo Coruja. O disco saiu no Brasil em digipack pelo selo Heavy Metal Rock que tem uma parceria de longa data com a banda. Mais um grande lançamento de uma das bandas mais criativas do cenário nacional. Recomendado!

Nota 10

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Adrian Smith e Richie Kotzen juntos em projeto

     O guitarrista do Iron Maiden Adrian Smith se junto ao talentoso Richi Kotzen (The Winery Dogs, ex Mr. Big e Poison) em um projeto Smith/ Kotzen e lançaram no último dia 26 de janeiro o vídeo do primeiro single "Taking my Chances". O álbum da dupla está para lançar o álbum no próximo dia 26 de fevereiro via BMG.



              O álbum foi gravado durante o mês de fevereiro do ano passado nas Ilhas Turcas e Caico. O materia trará influências do hard rock setentista, bem como momentos de blues, produzido pela dupla Adrian e Richie e mixado pelo Kevin Shirley, com quem Adrian já trabalhou em discos da donzela. A obra é composta por nove faixas escritas pela dupla, que dividem também as guitarras e os vocais ao longo do disco, além dos baixos. Contado ainda com a colaboração de Nicko McBrain baterista do Iron Maiden e Tal Bergman, parceiro de turnê de Richie.

“Richie e eu começamos a trabalhar juntos alguns anos atrás. Nós somos amigos e já tocamos juntos por alguns anos antes disso”, conta Adrian. “Nós dois dividimos um amor pelo rock clássico e o rock blues, então decidimos nos juntar e começar a escrever algumas músicas e partimos daí. Basicamente tudo presente no álbum foi decidido por mim e Richie inclusive na produção. Nós desenvolvemos uma ideia forte de como queríamos que o disco soasse e eu estou muito feliz com o resultado. Ele possui muitas músicas incríveis que estamos muito animados.”

“Nós tivemos um processo muito fluido na composição”, Richie complementa. “Às vezes Adrian me mandava algum riff e eu imediatamente criava algum tipo de melodia ou ideia para o vocal. E algumas vezes isso acontecia ao contrário, então foi um processo quase circular. Nós nos juntamos quando conseguimos para jogar e criar ideias e elas evoluíam, o que foi ótimo porque não tinha nenhuma pressão, só o curso natural da coisa, e eu acredito que o álbum representa muito isso.”

Confira o vídeo

Resenha: Aquaria - Alethea

         A banda carioca Aquaria lançou em dezembro de 2020 seu terceiro álbum, fechando uma trilogia iniciada com os discos Luxaeterna e Shambala, em 2005 e 2007 respectivamente. Trilogia aquariana, que retrata o fim do mundo e as manobras intertemporais sobre o comando de Madeleine, uma divindade cigana moderadora do cosmo que tem como atributo comunicar-se com vidas passadas, tentando, dessa forma, impedir uma catástrofe iminente e eminente.



O termo “Alethea” vem do grego “verdade”, na verdade é aquilo que se vela e desvela, o que se apresenta no presente absoluto, movimento constante do real, criador de espaço-tempo. Portanto, recordações do futuro e previsões do passado convivem de maneira harmônica.

Quanto ao disco, a banda apresente seu power metal sinfônico característicos, que irá agradar em muito os antigos fãs. Trazendo uma nova formação, com relação aos lançamentos anteriores com, Vitor Veiga (Endless) nos vocais, Alberto Kury (NovaLotus) no teclado, Fernando Giovannetti (ex Wizards, Armored Dawn e outros) no baixo e os novatos Luciano de Souza na guitarra e Thomás Martinoia (Hatefulmurder) na bateria.

Abrindo os trabalhos temos a excelente e curta Am I, um power metal rápido e vigoroso. A sequencia com The Avatar começa de forma magnífica, com elementos sinfônicos e vai crescendo para um power metal com belos arranjos. The Miracle nos remete ao Shambala com elementos da cultura indígena, contando com a participação do guitarrista Daniel Miura do Projeto Miura Jam (Projeto que faz versão heavy metal para músicas de animes), com um solo primoroso, uma das melhores do disco. The Indians mantém a pegada power/ speed metal técnica da banda, destaque para o solo de guitarra de Luciano.

Sem tempo para respirar, temos outra pedrada power sinfônica com The Quest com ótimos arranjos de orquestração e momentos mais calmos. Em The Revolution começa com um clima de trilha sonora de filme de ficção científica e alterna momentos mais aceleradas com outros mais cadenciados, com um refrão para sair cantando junto. The Pain é uma faixa agradável com uma sonoridade mais acessível, porém, sem perder o peso e a pegada power metal da banda, com um refrão que gruda na cabeça e ótimos fraseados de guitarra.

The Time Traveller, primeiro single apresentado pela banda, vem na sequencia um power/ prog metal, com uma introdução que casou bem com a música, que começa de forma bem suave e logo ganha peso e velocidade. Time Won’t Wait pode ser considerada a balada do álbum, embora não seja aquelas baladas piegas comum, ponto para a banda. Ponto também para o solo de guitarra do convidado Mauricio Belmonte ao lado do Luciano, que executam um solo belíssimo e de muito bom gosto.

WTSTW começa com ótimos arranjos de orquestração e teclado e mostra elementos de prog metal com diversos andamentos. The House of Words traz novamente o power metal com uma pegada mais speed carregado de melodias, com um instrumental primoroso. Fechando com I Am de forma bem suave e cristalina, a música começa com piano e é conduzida por ótimas orquestrações digna das maiores obras do power metal, uma bela canção. A versão japonesa traz como bônus a faixa Violet da primeira demo da banda, quando ainda atendiam pelo nome de Uirapuru, já a versão nacional traz como bônus Away from Here.

Em suma, Alethea é um ótimo álbum de power metal, recomendado para fãs. Possivelmente o melhor da banda, super agradável de ouvir. Vitor Veiga é sem dúvidas um dos melhores vocalista do estilo no país, e os músicos todos primam pela técnica, sem deixar de lado o feeling. As composições e arranjos a cargo da dupla Alberto e Vitor também são excelentes, vale destacar o trabalho de ilustração de responsabilidade de Antonio Cesar e a produção de responsabilidade do próprio Vitor Veiga no Estúdio de Pedra no Rio de Janeiro e mixagem de Eduardo Belchior, masterização por Ronny Milianowicz ambos no Studio Seven em Örebro na Suécia.

Outro ponto é para a versão nacional vem um belo trabalho gráfico de slipcase de responsabilidade do selo Metal Relics, que vem lançando e relançando grandes trabalhos do metal nacional, em versões caprichadas. Confiram.


Nota 10

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terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Nervosa lança novo vídeo clip

        A banda brasileira Nervosa lançou nessa terça-feira 19/01 o vídeo clip de novo single. Trata-se da faixa Under Ruins do novo álbum da banda Perpetual Chaos que será lançado nesse mês de janeiro.


    A Nervosa já havia lançado em outubro de 2020 o vídeo clip do single Guided by Evil, o primeiro com a nova formação da banda, que conta agora com a guitarrista Prika Amaral, acompanhada das talentosas Diva Satanica nos vocais, Mia Wallace no baixo e Eleni Nota na bateria.
    Perpetual Chaos é o quarto trabalho de estúdio da banda, o primeiro com a nova formação, que  foi gravado e produzido no estúdio Artesonao Casa de Gabración Studio em Málaga, pelo produtor Martin Furia, masterização de responsabilidade de Yarnel Heyle.

Perpetual Chaos Tracklisting:
01. Venomous
02. Guided By Evil
03. People Of The Abyss
04. Perpetual Chaos
05. Until The Very End
06. Genocidal Command
07. Kings Of Domination
08. Time To Fight
09. Godless Prisoner
10. Blood Eagle
11. Rebel Soul
12. Pursued By Judgement
13. Under Ruins

14. Exuja (bonus track especial para o Brasil)


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Iced Earth - Gravadora retira discos da banda de catálogo

 


    A gravadora Century Media Records retirou de seu catálogo online todos os trabalhos da banda estadunidense, após a prisão do líder e guitarrista da banda Jon Schaffer. São ao todo 9 álbuns lançados pela gravadora, dos 12 álbuns de estúdio da banda. Até o momento o selo não se manifestou a respeito.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

20 anos de Defender of Metal, disco debut do Hellish War

       Em comemoração aos 20 anos do lançamento de seu debut "Defender of Metal" de 2001, a banda de Campinas Hellish War, vem lançando 1 lyric video por dia de uma música do disco em seu canal oficial no youtube.



    O disco foi lançado oficialmente no ano de 2001 pelo selo Megahard Records no Brasil. Contando então com Roger Hammer no vocais, nas guitarras  Vulcano e Daniel Job, no baixo Gabriel Gostautas e na bateria Jayr Costa, a banda apresentava em sua proposta um heavy metal tradicional, com pitadas power muito influenciado pela escola dos anos 80 de bandas como Iron Maiden, Judas Priest, Grave Digger e Running Wild. As letras são uma verdadeira ode ao metal, sempre enaltecendo o estilo que a banda abraçou desde seu inicio.

    Ao todo o disco conta com 11 faixas, algumas viraram verdadeiros hinos do underground como We are Living for the Metal e a faixa título. Abrindo temas a épica instrumental Into the Battle, uma ótima faixa, porém poderia ser mais curta. Em seguida vem a pesada faixa que da nome a banda Hellish war com um ótimo refrão para cantar junto nos shows. A já citada We are Living for the Metal vem na sequencia com excelentes riffs e um refrão para também cantar junto, enaltecendo o estilo que tanto amamos, hino obrigatório no repertório da banda 20 anos depois. A faixa título Defender of Metal outro hino da banda, é bem cadenciada com uma pegada old school.

    Outra faixa bem cadenciada é The Sign, com um clima tenso no inicio, a faixa apresenta belos dedilhados de guitarra com uma base de teclado, além um um ótimo solo. Gladiator uma faixa mais rápida, com destaque para a cozinha da banda, faixa essa que remete ao grande Running Wild. Into the Valhalla é um excelente épico instrumental, muito agradável. A poderosa Sacred Sword vem na sequencia com destaque para os vocais precisos de Roger Hammer e o solo que guitarra de Daniel e Vulcano, remetendo aos tempos áureos de Dave Murray e Adrian Smith no Maiden.

    Já Memories of a Metal vem com um andamento médio, com ótimas melodias e um refrão forte, destaque para os solos de guitarra ao longo da faixa e os belos dedilhados de teclado, que torna a música ainda mais cativante. Outra instrumental é Feeling of Warriors com duetos de guitarras inspiradíssimos e uma base de baixo e bateria marcante. Fechando o trabalho, temos a The Law of the Blade com uma pegada speed que nos remete aos lançamentos dos anos 80, belas melodias.

    Destaque também para a produção, não creditada no encarte do cd (acredito que tenha sido de responsabilidade da própria banda), e a arte gráfica de responsabilidade do guitarrista Daniel Job com Eduardo Burato. Uma ótima estreia, com um disco que mesmo após 20 anos de seu lançamento, permanece sendo saldado pelos verdadeiros headbangers.


Nota 9,0

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Morre o lendário baixista Tim Bogert

     Morreu nessa quarta-feira o lendário baixista Tim Bogert do trio Beck, Bogert & Appice, Vanilla Fudge e Cactus. O músico tinha 76 anos, e vinha em uma batalha contra um câncer, não revelado, porém não resistiu.



    A confirmação de sua morte, veio através de sua rede social oficial e do baterista e amigo Carmine Appice, com quem o músico tocou junto por muitos anos.

    O baterista fez a seguinte declaração em sua conta no facebook:  "Meu verdadeiro amigo Tim Bogert morreu hoje. Ele era como um irmão para mim. Ele foi meu amigo por mais de 50 anos. Tim era um baixista único. Ele inspirou muitos baixistas em todo o mundo. Ele era tão mestre em 'fritar' quanto em segurar o groove. Tim introduziu um novo nível de virtuosismo entre baixistas de rock".

O baterista disse ainda, "Ele fará muita falta em minha vida. Vou sentir falta de ligar para ele, fazer piadas, falar sobre música e lembrar os grandes momentos que passamos juntos e como criamos músicas incríveis juntos".

E encerrou seu depoimento ao amigo que tinha como um irmão: "Talvez a única coisa boa em ter alguém próximo a você sofrendo de uma doença grave é ter a oportunidade de dizer a essa pessoa que a ama e por que a ama. Fiz muito isso. Fiquei emocionado ao ouvir isso sendo dito de volta para mim. Não deixamos de falar nada um ao outro e sou grato por isso. Eu recomendo. Descanse em paz, meu parceiro. Eu te amo. Vejo você do outro lado".

Tim Bogert sofreu um acidente de moto no ano de 2005, o que fez com que se afastasse dos palcos no ano de 2009, em decorrência de complicações devido ao acidente. Porém o músico permaneceu gravando discos.

Um dos baixistas mais influentes do hard rock e do heavy metal, durante os 60 e 70. Tim revolucionou o estilo de tocar, colocando peso e distorção no instrumento, com muita agilidade e um som inovador em seu baixo Fender Precision. Um dos melhores momentos de sua carreira foi com certeza com o trio Beck, Borget & Appice, ao lado do já citado baterista Carmine Appice e do guitarrista Jeff Beck. O trio lançou apenas um único álbum de estúdio de mesmo nome em 1973, além de um ao vivo gravado no Japão, intitulado Beck, Bogert & Appice Live (In Japan) de 1973, vale apena conferir.


quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Quebra Tudo: A História do Rock na América Latina

     Antes de mais nada essa é a primeira resenha que não trata de disco, no caso é um documentário disponível na Netflix e que achei muito interessante.



    Quebra Tudo: A História do Rock na América Latina, uma série original da Netflix, produzida pelo músico e compositor argentino Gustavo Santaolalla. Como sugere o nome, o documentário vai tratar da história do rock na América hispânica e sua relação com os movimentos políticos e sociais dos países latinos ao longo dos últimos 50 anos.

    São ao todo 6 episódios narrado por músicos e produtores que fizeram parte do cenário latino-americano do rock desde a segunda metade dos anos 50, até inicio dos anos 2000. Participam entre os músicos renomados Charly García, Álex Lora, Fito Páez, Julieta Venegas, Rubén Albarrán e o próprio Gustavo Santaolalla. Além de músicos de gurpos como Maná, Soda Stereo, Molotov, Cafe Tabvca, Aterciopelados, Los Prisoneros, entre muitos Outros. A história é narrada de forma cronológica, e passa por diversos países, sendo os principais México e Argentina, mas abordando também a cena do Uruguai, Chile, Colombia e Perú.

    Uma das partes mais interessantes é sem dúvida a relação do rock, com o contexto político e social em todas América latina ao longo dos anos 70. Como os músicos utilizaram a sua arte como forma de protesto contra os militares, e como os mesmo demonizavam o rock. Um dos relatos que chama mais atenção foi do músico argentino León Gieco em 1978, nos primeiros anos da ditadura na Argentina. O músico foi chamado a se apresentar em um escritório do exército em Buenos Aires, onde um general o aguardava. Ao chegar nesse escritório, segundo o próprio músico, ele foi ameaçado pelo general com uma arma, com os seguintes dizeres: "Da próxima vez que cantar essa canção, vou mandar um balaço na sua cabeça". Referindo-se a canção Solo le Pido a Dios, seu hino de protesto.

    Outro momento político marcante protagonizado pelo rock em solo argentino foi durante a Guerra das Malvinas, época em que músicas em inglês foram proibidas de tocar nas rádios do país, pelo governo. Passa por outros momentos políticos marcantes, como a ditadura de Pinochet no Chile, a abertura política e lei de anistia nos países latinos, redemocratização, o surgimento dos movimentos punk e new wave nos anos 80, grandes eventos em estádio e arenas. O "boom" do rock nos anos 90 com o surgimento da MTV nos países latinos.

    O documentário passa ainda pelo punk colombiano que tocava nos anos 80, enquanto o narcotraficante Pablo Escobar aterrorizava Bogotá. A crise econômica no inicio do século, o movimento zapatista no México. A tragédia ocorrida na casa de show República Cromañón em 2004, na cidade de Buenos Aires, durante uma apresentação da banda Callejeros.

    O documentário segui uma linha de tempo cronológica, chegando até o ano de 2010.

    Enfim, um documentário para quem gosta de rock, político e história. Recomendado para quem quer conhecer melhor artistas e bandas da América latina, sem preconceito e sem se preocupar com rótulos, vale muito apena conferir.

Nota 9,0

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Banda Oráculo lança Lyric Video para a música Sounds of Life

 


A banda Oráculo foi formada na cidade de Fortaleza, estado do Ceará no ano de 1995, com a proposta de tocar um heavy metal tradicional com influências das bandas dos anos 80. Após algumas mudanças na formação e dois discos lançados além de uma demo, a banda começa o ano de 2021 lançado um vídeo em seu canal no youtube. Trata-se de um lyric video para a música Sounds of Life, presente em seu segundo disco Disciples of Metal, lançado em 2019. Produção a cargo de Jerônimo Pire.


Oráculo é:

Robson Alves - vocais
Paulo Henrique - guitarra
Renan Ferreira - guitarra
Vicente Wilson - baixo
Sula Cavalcante - bateria

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Novo single do Elizabethan Walpurga

 


A banda pernambucana de Black Metal Elizabethan Walpurga lançou agora em janeiro, o novo single "Excelsion Paraeidolon" em seus canais. A bela arte gráfica é de responsabilidade de Alcides Burn, artista que vem se destacando dentro do cenário nacional, fazendo arte para as mais diversas bandas.
A banda lançou em seu canal no Youtube um vídeo ao vivo para a nova canção, gravado no estúdio Space Invaders Studio, com a participação da cantora Amanda Lins.

Elizabethan Walpurga é:

Renato Matos - baixo
Breno Lira - guitarra
Erick Lira - guitarra
Leonardo Mal'lak - voz
Arthur Lira - bateria

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